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Em momento estratégico de retorno das aulas presenciais, Rodadas de Conteúdo do Grupo Folha debate a importân

Fechamento e reabertura de escolas provocam debate no setor e podem fomentar cultura inovadora nos sistemas públicos e privados

Lucas Catanho e Lúcio Flávio Moura Especial para a FOLHA

O artigo 206 da Constituição é muito claro: a garantia de padrão de qualidade é um dos princípios do ensino no País.

Nos últimos 33 anos - e também nos outros 166 anos anteriores de plena soberania, a construção de um sistema educacional que cumpra este requisito nunca deixou a condição de obra inacabada, com curtos períodos de aceleração e longos períodos de lentidão. Com a pandemia, a rigor, o canteiro parou e as letras no papel da Carta Magna se descolaram de vez da realidade.

A educação remota esbarrou em limitações de infraestrutura tecnológica das escolas e das famílias.

E a preocupação com o futuro de crianças e jovens, enfim, virou tema nacional. A sensação que dominou os setores mais politizados da sociedade é que nunca foi tão importante debater como tornar esta garantia constitucional - a educação de qualidade para todas e todos - em fato concreto.

A quinta e penúltima edição do ano das Rodadas de Conteúdo Folha, realizada na quarta-feira (13), contribuiu para este esforço. “As inovações e relações na Educação no cenário pós-pandemia” foi o mote do encontro, aberto pelo superintendente do Grupo Folha, José Nicolás Mejía. “Sem dúvida nenhuma, a educação foi um dos setores mais afetados pela crise sanitária. As mudanças impostas por este acontecimento precisam ser tratadas com especial atenção para que o País e a região sigam seu caminho rumo ao desenvolvimento”, afirmou.

O mediador Lucas Vieira de Araujo, professor do Departamento de Comunicação da UEL (Universidade Estadual de Londrina), pós-doutorando da USP (Universidade de São Paulo) e colunista de inovação e empreendedorismo da FOLHA, entende que a principal contribuição do evento para as inovações no campo da Educação foram os debates sobre dois aspectos.

“Primeiro, as ferramentas que podem ser usadas em sala de aula e fora dela como instrumento didático-pedagógico. O segundo aspecto diz respeito à inovação fazer parte do processo de ensino-aprendizagem”, pontuou.

Maria Fernanda Suss, gerente-geral do Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento dos colégios do Grupo Positivo, considera que a descoberta maior durante a pandemia foi que a tecnologia é um benefício que ajuda muito na aprendizagem, especialmente para individualizar o processo.

“Mas também deixa claro o quanto o papel do professor, mediador de toda essa aprendizagem, é imprescindível. É ele quem traz o afeto, a humanidade ao processo. Nosso foco é nas relações humanas, usando a tecnologia de forma assertiva, mas sempre com o olhar do professor conduzindo todo esse processo”, destacou.

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares da Silva, reforçou esta ideia. “Uma coisa não substitui a outra, a pandemia nos ensinou isso. A tecnologia não pode ser pensada na educação básica para substituir a presencialidade. Por outro lado, não é mais possível imaginar uma aula sem o uso das tecnologias disponíveis”, explicou.

A deputada federal Luísa Canziani ponderou que o desenvolvimento da aprendizagem em sala de aula e o com

bate à desigualdade no ambiente escolar já eram desafios enormes antes da pandemia e que agora se tornaram “escancarados”.

A parlamentar destacou também que as discussões sobre o sistema educacional a médio e longo prazo devem obrigatoriamente levar em consideração dois dados: 85% das profissões em 2030 ainda não foram criadas e um terço dos jovens brasileiros que estão fora da escola não trabalham. “Por isso precisamos falar do ensino profissional e tecnológico. Precisamos oferecer formação rápida para a juventude e inseri-la no mercado de trabalho e no empreendedorismo”, afirmou.

A tecnologia não pode ser pensada na educação básica para substituir a presencialidade”

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2021-10-16T07:00:00.0000000Z

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