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Professora de Londrina é selecionada para capacitação em Portugal

Bruna Yamashita, da rede municipal de Educação, está entre 100 docentes de todo o Brasil que irão estudar Ciência Cognitiva da Leitura

Micaela Orikasa

Com mais de 20 anos dedicados à Educação, Bruna Ester Yamashita, 39, professora da rede municipal de Educação de Londrina, está prestes a encarar um novo desafio profissional na área de seu maior interesse: a alfabetização. Ela está entre os 100 professores (as) selecionados no “Programa de Desenvolvimento Profissional de Professores Alfabetizadores - Alfabetização Baseada no Ciência”, organizado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em parceria com a Secretaria de Alfabetização do MEC (Ministério da Educação).

“Acredito que com o curso vou poder abrir meu leque de conhecimento para compartilhar e colocar em prática todos os sonhos que a gente tem para a escola, para as crianças. As expectativas são as melhores”, diz ela, que foi a única selecionada em Londrina e uma das cinco representantes do Paraná.

Os aprovados passarão seis semanas, entre novembro e dezembro deste ano, na cidade do Porto (Norte de Portugal), onde irão se aprofundar em conteúdos relacionados à Ciência Cognitiva da Leitura e conhecer algumas escolas da região. O curso é promovido pela FPCEUP (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto) e IPP (Instituto Politécnico do Porto).

ALFABETIZAÇÃO BASEADA NA CIÊNCIA

No processo seletivo, Yamashita passou por etapas de avaliação, como currículo, formação continuada na área de alfabetização, histórico profissional e a elaboração de dois projetos. O primeiro de implementação pedagógica para escolas e o segundo de formação continuada com professores.

“Minha proposta nos projetos tem caráter democrático. Quero trazer o conhecimento do curso, que vai desde políticas de alfabetização até práticas de leitura e de escrita, para que juntamente com outros professores, possamos finalizar esse planejamento”, explica.

“A ideia é recriar as atividades do curso ABC (Alfabetização Baseada na Ciência), mas no contexto da escola, considerando os interesses das crianças e promovendo oficinas em momentos espalhados na rotina semanal do professor”, acrescenta ela, que é professora do 2º ano na Escola Municipal Maria Carmelita Vilela Magalhães, na zona sul de Londrina

O curso ABC é fruto da cooperação internacional entre instituições brasileiras e portuguesas. De acordo com o MEC, “o objetivo dos programas de intervenção é preparar os professores para garantir que as crianças trilhem um percurso de sucesso na aprendizagem da leitura, evitando-se dificuldades de aprendizagem logo no início da trajetória escolar. E tudo isso de forma lúdica, por meio da promoção de competências centrais, como a consciência fonológica, o princípio alfabético e a decodificação.”

TERRITÓRIOS DE EXPLORAÇÃO

É também do interesse da professora criar territórios de exploração nas escolas. “Seriam cantinhos construídos com a ajuda das crianças, em sala de aula e outros espaços, onde elas possam ter acesso à leitura e materiais lúdicos”, detalha a professora.

“As crianças são curiosas para a leitura e tendo a oportunidade de transitar livremente por esses espaços como, por exemplo, banquinhos embaixo de árvores e estantes com leitura diversificada. A intenção é criar autonomia para a criança acessar a literatura com liberdade, deixando de ser algo restrito à biblioteca.”

CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

No final de outubro, os selecionados irão a Brasília para conhecer o trabalho do MEC e de lá seguirão para Portugal. Esta é a primeira experiência de estudo que Yamashita terá fora do País, em sua área de atuação.

“As crianças chegam nas escolas com bagagens culturais diferentes, assim como carregam muitos elementos sociais e nessa mistura tem todo o processamento das informações. É uma constante construção de conhecimento para os professores também. E aqueles que estão preocupados em alfabetizar devem se lembrar que esse processo ocorre de uma forma natural. A alfabetização cuidadosa deve ser amparada com rotinas e experiências que permitam que as crianças vivenciem construções individuais, por meio de práticas diversificadas”, afirma.

“É imprescindível que os professores conheçam os métodos e teorias do desenvolvimento humano, assim como as suas crianças e os seus interesses. Essa combinação pode construir um caminho assertivo para desenvolvimento humano como um todo”, observa.

PROJETO DE PESQUISA RESULTOU EM LIVRO

Yamashita nasceu em Tamarana (Região Metropolitana de Londrina) e se formou em Pedagogia pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), onde também se tornou mestre em Educação e hoje é doutoranda nesta mesma área.

Em 2019, a professora desenvolveu um projeto de pesquisa que resultou no livro “Alfabeto de Plantas: de Alecrim a Zedoária”, pela Editora Verne.

A intenção é criar autonomia para a criança acessar a literatura com liberdade, deixando de ser algo restrito à biblioteca”

Cidades

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2022-08-16T07:00:00.0000000Z

2022-08-16T07:00:00.0000000Z

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